segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mudanças


Poucos dias atrás comentei que teríamos novidades, não é mesmo? Pois bem, hoje posto para vocês o início de novas etapas.

Leitores(as), este blog foi minha iniciativa amadora como blogueira. Eu mesma o criei e fui postando novos artigos. Optei por iniciar assim; de maneira bem informal, até sentir os primeiros resultados.

Não imaginava que o retorno seria tão rápido e totalmente positivo. Criei este espaço há apenas quinze dias, e de lá para cá as respostas e contatos foram tão positivos que já tenho novidades para quem começou a me acompanhar.

Passo a partir de agora a ser uma blogueira menos informal e mais profissional no que diz respeito aos temas da Aprendizagem Humana.

Conheçam o novo espaço e o visitem constantemente, será um prazer. Desde já, obrigada a todos que de uma forma ou outra deram todo o incentivo. Meus sinceros agradecimentos.

Espero vocês aqui:
www.robertapimentel.com.br

Até breve,
Roberta 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Post II - Eike Batista e o Blog Aprendizagem Humana


Dando continuidade ao tema do post anterior (para melhor compreensão sugiro primeiramente a leitura do post anterior, mas é apenas uma sugestão), agora destaco as frases que mais chamaram minha atenção no livro do Eike Batista, "O X da Questão". 

Acredito que cada ideia destacada será uma boa oportunidade de reflexão para os professores fazerem relação com seu trabalho nas escolas e para que os pais pensem no modo como estão criando seus filhos e as prioridades que valorizam neste desafio.

Quem não leu o livro e não pretende fazê-lo, tente ler ao menos o prefácio escrito pelo pai do Eike. É fascinante o modo como o Sr. Eliezer Batista escreveu sobre quando um pai pode se sentir vitorioso em relação aos filhos, veja: "São as conquistas do filho que atestam o êxito do pai (...) Todos deveriam ser melhores que o pai (...) Ter sido ultrapassado por eles é a maior conquista, a peça mais valiosa em minha sala de troféus". Fica a dica para quem não puder ler o material completo.

Além do prefácio, muitas frases são interessantes, propiciadoras de reflexões complexas, bastante necessárias atualmente. Citarei as frases e em seguida de cada uma comentarei minha reflexão durante a leitura.

1- "Ficarei feliz em saber que, um dia, minha caminhada inspirou alguém" (página 20): e nós, nos preocupamos em inspirar as pessoas ao nosso redor? Nossos alunos se inspiram em nós? E nossos filhos? Acredito que não vale a pena passar pela vida sem deixar exemplos que possam inspirar outras atitudes. Se alguém se inspirar em nós é porque fomos bons espelhos, isso pode ser importante para nós e para os outros.

2- "Uma convicção se forjou em mim desde muito cedo: a de que você cresce com as dificuldades" (pg. 22): como encaramos as dificuldades do nosso cotidiano? Ferramenta para reflexões ou motivo de desequilíbrio?

3- "Um bom vendedor é alguém que acredita nas pessoas, que se sente curioso em relação a elas e que desenvolve a capacidade de ouvir" (pg. 28): estamos maduros o suficiente para sermos bons ouvintes? Ou  falamos mais do que ouvimos? Ouvir é essencial em toda relação humana, mas são poucos os que sabem ouvir. Devemos nos esforçar dia após dia e refletirmos se estamos conseguindo colocar em prática essa atitude.

4- "Uma equipe precisa de autonomia" (pg. 32): damos espaço à construção da autonomia para as pessoas que trabalham ao nosso redor? E para os nossos filhos? Se as pessoas se prendem à nós, não é bom sinal. Devemos buscar o equilíbrio, liderando nossa casa, nossos filhos mas, ao mesmo tempo, precisamos nos certificar sobre o espaço necessário para a construção da autonomia.

5- "O segredo do ouro é a pesquisa" (pg. 53): e o segredo do bom professor é a pesquisa sobre suas intervenções em sala de aula, é a execução da formação contínua, que se dá por meio de práticas reflexivas sobre as realizações pedagógicas. Sem pesquisar e refletir sobre nossas próprias aulas é possível avaliar o aluno? Avaliando nossas aulas, atividades e provas a prática pedagógica fica bem melhor. Todo profissional reflexivo sobre si mesmo, tem bem mais chances de sucesso.

6- "Transformei minas desprezadas em negócios fabulosos" (pg 56): nossa profissão pode ser fabulosa se conseguirmos, aos poucos, menosprezar os empecilhos e transformar as dificuldades em práticas de sucesso.

7- "O investidor deve exercitar a dúvida como aliada e conselheira" (pg. 66): pais e professores podem e devem fazer desa frase um conselho para não se esquecer jamais. Duvidar de nossas próprias atitudes, no sentido de refletir sobre agir da melhor maneira, é essencial para todas as áreas de nossas vidas. Se não duvidamos, acabamos por não questionar e, se questionamos pouco é porque não estamos refletindo sobre nós mesmo e não refletir é um perigo!

8- "Aspiro ao êxito. Quero realizar negócios que sejam alvo de admiração permanente" (pg. 67): se o que fazemos não causa admiração, algo está errado. O que é bem feito é para ser admirado.

9- "Sou um apaixonado pelo que faço. Meu negócio é converter sonho em realidade, partir de uma ideia e fazê-la migrar do papel para a realidade" (pg. 68): não devemos apenas sonhar em ser bom professor ou bons pais, precisamos agir, transformar nossos sonhos de boas condutas em atitudes reais para que nossas intenções não fiquem apenas nos sonhos.

10- "Alguém que se desespera em situação de crise, ou não tem a frieza necessária para enfrentar o obstáculo inesperado, se deixará vencer pelo estresse" (pg. 82): o desespero, desequilíbrio, raiva e grito só levam ao estresse e afastam as pessoas de perto de nós. Precisamos aprender a vencer os desafios com equilíbrio.

Bom, grifei outras frases também, mas não quero me alongar demais pois não quero que o post fique longo, cansativo. Espero com as dez reflexões apontar importantes possibilidades de reflexão para cada leitor deste blog. Quem quiser destacar outras frases do livro, sinta-se muito à vontade. O espaço de comentários deste blog é para isso, para continuarmos o papo. Sei que ainda está difícil postar comentários aqui, quem tem conta no google consegue com maior facilidade. O blog já está em processo de aprimoramento e em breve ficará melhor . Mas lembrem-se do meu e-mail: romlpimentel@gmail.com

Até mais.


Eike Batista e o Blog Aprendizagem Humana


Olá leitores(as), após o feriadão de carnaval, estou aqui com muita saudade de postar artigos neste blog. Mal acabei de desfazer as malas, o mais rápido que pude, e parei todos os deveres do dia para me dedicar a este espaço que é mais um desafio e objetivo da minha vida profissional. 

Com as duas imagens que coloquei na foto dá para imaginar: meus dias não foram totalmente de descanso, entre alguns aperitivos e encontros com a família, consegui estudar, escrever e me dedicar. Com isso, posso afirmar que foi um feriado proveitoso, não podia faltar uma coisa, nem outra. Conciliar lazer e compromissos foi ótimo.

Diferente dos outros posts, hoje utilizo um livro classificado como autoajuda: O X da Questão, de Eike Batista. Na verdade, esse mês comecei a ler o livro da biografia de vida do Steve Jobs, mas como é volumoso demais, achei difícil levar na viagem de carnaval e optei pelo do Eike Batista que eu estava com muita vontade de ler também. Por ser mais fino, foi fácil colocar na bolsa e pronto, boa escolha.

Gosto muito de ler, mas confesso que leio muito mais livros específicos das áreas em que atuo profissionalmente e, dessa forma, nos feriados e finais de semana procuro outros tipos de leitura.
O livro citado, dedicado aos filhos Thor e Olin, conta a trajetória de vida de Eike desde a venda de seguros de porta em porta na Alemanha, até a abertura de capital de suas empresas.O empresário, que acumula um patrimônio de US$ 30 bilhões, segundo a revista Forbes, tem a oitava maior fortuna do mundo e acumulou seu primeiro US$ 1 bilhão nos primeiros 20 anos de vida profissional. Em um dos trechos de "O X da Questão", Eike escreve que sua intenção com o livro não é falar de sua vida pessoal, mas contar a própria trajetória como empresário.
Pois bem, sempre que leio algum livro, seja qual for, procuro aprender alguma coisa, não consigo ler só para passar o tempo, leio com determinação sabe, faço anotações, pesquiso algumas coisas que foram escritas, enfim, ainda que o tema não aborde exatamente minha área de atuação profissional, pode ser um romance, um livro de história ou de auto ajuda, penso que, se escolhi o livro, é porque percebi nele algo que possa acrescentar.
Não foi diferente com o livro em questão. Fiz diversas anotações, sublinhei e reescrevi algumas ideias que jamais esquecerei. Isso fez com que trouxesse para este post algumas observações. 
Não excluo o fato de já ter ouvido e lido a respeito do quanto o pai do Eike facilitou as descobertas das minas de ouro, entregando-lhe algumas pistas advindas do seu trabalho na brasileiríssima Vale. Pois bem, não é minha intenção, neste momento (posteriormente, talvez), discutir este fato e sim enaltecer toda a coragem desbravadora nas palavras que Eike Batista conseguiu passar para o seu livro. 
Não consigo ler as coisas sem fazer alguma relação com o ensino no Brasil e a formação de professores dos nossos alunos. Confesso que 'delirei' diversas vezes durante esta leitura, no sentido de sonhar em um dia poder ver em nosso país, respeito e condições necessárias para a execução do trabalho do professor, a tal ponto dos professores se engajarem pelo ensino no Brasil assim como Eike teve garra em fazer acontecer os seus objetivos.
Como os professores podem aprender com Eike e levar alguns de seus ensinamentos para a realidade das escolas brasileiras? Questão bastante delicada!
Me sinto privilegiada por poder ouvir diferentes relatos dos professores, as condições que vivem em suas salas de aula, a relação que mantém com as Secretarias de Educação e, ainda, o tipo de ligação que vivem diariamente com diretores e coordenadores. Desejo um dia ter coragem de relatar os absurdos diversos que vejo e escuto.
Professores, de forma geral, se formaram para encapar caderno de criança? Recortar e colar dezenas e dezenas de desenhos nas aberturas dos cadernos? Senhores(as) coordenadores(as) e diretores(as), por favor, repensem estas práticas. Não é melhor termos professores lendo, estudando e planejando suas aulas dentro de nossas escolas, do que enfeitando cadernos? 
Abertura de caderno, por exemplo, acho muito valioso quando são feitas pelas próprias crianças. Se cada família encapar os cadernos de seus filhos, o professor não precisará se dedicar em dezenas e dezenas deste material. 
Oras bolas, algumas coisas acho bem bacanas serem feitas pelas mãos dos professores, alguns enfeites para a sala, um cartaz ou outro, mas o que tenho visto por escolas diversas são exageros e mais exageros. São inúmeros os relatos destes profissionais sobre noites pouco dormidas para conseguirem cumprir tais desafios.  Que absurdo! A própria escola condena os professores, sem contar o sistema político. Não que em todas as escolas isso ocorra, mas em muitas delas isso é a pura verdade.
Má qualidade no ensino? Procurem saber o que os professores são obrigados a fazer: ler, estudar, planejar? Parece que esses itens ficam para depois, sempre para depois. Pena, muita pena.
Páscoa? Professor fabrica cartões. Dia das mães? Dia dos pais? Dia das crianças? Muita fabricação de lembranças. Poxa vida, isso me entristece muito. Festa Junina, meses de ensaio, de suor, cansaço das crianças, stress dos professores e sinônimo de menos aula, menos pesquisa, menos produção escrita.
Tudo bem que Eike Batista nem sequer terminou a faculdade (o estudo formal que tanto valorizo e desejo para nossas crianças), porém, muitas coisas valiosas em sua trajetória superaram a não passagem pelos bancos acadêmicos, pois passou por excelentes escolas, foi muito bem estimulado pelos pais, viajaram pelo mundo todo, ele teve a oportunidade de ainda criança falar mais de dois idiomas. 
E quem não tem uma família que pode oferecer toda essa formação? Nossas escolas conseguem garantir o mesmo? Como, se os professores ficam atolados de situações extra escolares?
Não é certo pensar que os professores não são merecedores ou que não se esforçam o suficiente, como é comum ouvirmos em algumas rodinhas de bate papo. Os professores, mais do que nunca, precisam gritar aos brasileiros as situações estúpidas e absurdas em que se encontram para trabalhar.
Este blog pretende contribuir com esta questão. Em um dos projetos tem o desafio da criação de depoimentos dos professores, suas vidas nas escolas, suas experiências. Espero poder colocar esse objetivo no ar, brevemente.
Fica aqui alguns desabafos, fruto de inquietações que senti ao ler a trajetória do maior empreendedor do Brasil. Ainda pretendo fazer um segundo artigo sobre o que considero mais rico dentre tudo que foi destacado por Eike. Até breve pessoal.
  


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Parcerias e patrocinadores


Pessoal, com alegria comunico que este blog passará por algumas alterações, mas fiquem tranquilos, comunicarei tudo por aqui. Poucos dias de blog no ar e as respostas já são tão positivas, fico muito feliz. Mudanças para melhor estão por vir. Aguardem. Por enquanto, vou postando assim mesmo.

A foto em destaque é especial, simboliza o início das parcerias com o blog. São duas parcerias iniciais já confirmadas e algumas em processo de negociação. Além desta parceria que fechei hoje para o nosso blog, com a Marcela (leia-se, Blog 'Ser Mãe é Tudo"), também recebi a logomarca do nossa primeira patrocinadora, a Omep/MT (Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar). Duas iniciativas extremamente relevantes para este trabalho virtual. Obrigada Suzy e Marcela. É o início de novas propostas em comum em nossas vidas. Que Deus continue nos abençoando. São duas iniciativas extremamente relevantes para este trabalho virtual.

A Suzy Costa Marques é Presidente da Omep/ MT, grande incentivadora de projetos na área educacional, foi uma das primeiras pessoas que me acolheu em Cuiabá, desde a formação do Grupo de Estudos Psicopedagógicos.


A Suzy é a primeira ao meu lado. Saudades meninas, nossas reuniões não me saem da cabeça.


A Marcela Farias de La Mônica é uma blogueira muito querida, criadora do Blog "Ser Mãe é Tudo". Além disso é proprietária da loja infantil Dona Cegonha. Eu conheci a Marcela por conta de uma peça teatro em que fui levar meu filho para assistir Galinha Pintadinha. Na fila, enquanto esperava para a entrada, a fotógrafa Michelli Martins flagrou lindas poses do meu pequeno filho. Depois da foto ela entregou o folder com o nome do blog onde estaria a foto. Na hora já pensei: deve ser um blog muito bacana, primeiro pelo nome que me chamou muita atenção: Ser Mãe é Tudo. E também porque a Michelli já fotografou meu filho no estúdio dela e eu já sabia que se ela tinha parceria com o tal blog só poderia ser sucesso. E deu nisso: acabei conhecendo a querida Marcela e a partir de agora serei colunista no Blog dela com artigos específicos para as mamães e papais.

Neste Blog que vos escrevo, Aprendizagem Humana, o foco é mais específico sobre questões pedagógicas e psicopedagógicas. Mas, no Blog Ser Mãe é Tudo vocês encontrarão meus artigos e muitas outras coisas boas, vale a pena conferir. Assim que sair minha primeira coluna lá, contarei para vocês aqui no Blog.

Até mais pessoal.

Contribuição aos professores com homenagem para a Irmã Lucimar




O post de hoje é uma homenagem à Irmã Lucimar, minha ex aluna de psicopedagogia e atual diretora de uma escola, em Cuiabá. Ontem, logo cedo, a seu convite, realizei mais um assessoria psicopedagógica. Foi a primeira assessoria após a criação deste blog. Que satisfação!

Desde que comecei a atuar com assessoria escolar, na área pedagógica ou psicopedagógica, sempre tive em mente uma preocupação que considero grande aliada para alcançar bons resultados: procuro me imaginar no lugar do professor, lembrar das vezes em que estava sentada nas reuniões pedagógicas ouvindo alguns palestrantes.

Não foram poucas as vezes em que me senti constrangida ouvindo algumas pessoas. Digo constrangida, pelo fato de sentir enorme distanciamento entre o que a pessoa estava falando e o que eu vivia na prática com meus alunos e depois com meus pacientes.

Hoje, quando vejo a situação invertida, eu lá na frente falando e os professores me ouvindo, sinto-me no dever de não constranger as pessoas que me ouvem, ou melhor, sinto uma vontade enorme de adaptar-me o tempo todo para dizer aquilo que realmente as pessoas estão ali precisando ouvir e aprender.
Vejo que na nossa formação acadêmica e depois em outros cursos também, não recebemos formação adequada para lidar com as diferentes necessidades daqueles que nos ouvem. Trata-se de diferentes assuntos, temas atuais, para o público em geral, como se todos estivessem ouvindo e assimilando da mesma forma. Hum, isso me inquieta verdadeiramente.

Uma pessoa não pensa como a outra, ninguém é igual ao outro. As aprendizagens se dão das formas mais variadas possíveis e cabe ao profissional palestrante ou professor captar o pensamento daqueles que o ouvem, de acordo com a participação de cada um. Ouvir, trocar ideias, abrir espaço e nos permitir o exercício de conduzir nossas falas de acordo com o que as pessoas estão entendendo é fundamental. Quando nos colocamos na posição de “caminhar com o grupo” somos flexíveis, abertos a conduzir os assuntos de acordo com a necessidade do momento.

Bom, por que escrever sobre isso? Onde pretendo chegar? O que estou querendo transmitir?

Vejam só, ao longo das minhas experiências profissionais algumas frases e pensamentos acabo repetindo várias vezes, com intuito, porque transmitem a minha essência profissional. Uma das coisas que sempre destaco é que não existe problema ou dificuldade de aprendizagem, o que ocorre são diferentes aprendizagens e nós, profissionais, somos ainda muito pouco habilitados para trabalhar essas diferenças. Não aprendemos sobre isso, não nos formarmos de uma maneira que nos facilite compreender e visualizar as diferenças nos processos de aprendizagem de nossos alunos. A psicopedagogia, teoricamente falando, ajuda muito na busca dessa prática, pois ela se preocupa o tempo todo em identificar as diferentes modalidades de aprendizagem. Gosto muito dessa corrente teórica psicopedagógica.

Porém, ainda estamos mais habituados a olhar o todo, gerenciar o encaminhamento geral do grupo, fazendo com que todos caminhem juntos. Não foi isso que aprendemos? Ser bom professor na minha época de pedagogia e ainda hoje, significa conduzir o todo, gerenciar a caminhada homogênea dos alunos. É uma conduta que vem, aos poucos, perdendo espaço, pois cada vez mais temos estudos mostrando a importância de entender as singularidades de cada aluno.

Cheguei no ponto crucial da questão: nossa preocupação, muitas vezes, até inconsciente, é de manter uma caminhada niveladamente similar para todos.

Nos cursos de pós graduação, nas palestras ou assessorias, sempre surge a pergunta: COMO? Como fazer melhor? Como conseguir melhores resultados? Como envolver os alunos no interesse pelos estudos (algo tão ausente nos alunos de hoje)? Como atuar com o aluno diferente? Como isso, como aquilo???!!!

Ontem pela manhã, em mais uma dessas assessorias me defrontei com este tipo de questionamento. Um dos professores que participou o tempo todo muito ativamente, me fez no final da nossa manhã de trabalho um questionamento a respeito do enorme desinteresse dos alunos em relação às provas e estudos em geral.
Trago este tema para o blog porque coincidentemente encontrei na Revista Nova Escola uma reportagem que retrata nas suas entrelinhas a preocupação que busco trabalhar neste artigo: a formação do professor com bases para lidar com as diferenças.

Muito cautelosamente (eu tinha pouquíssimo tempo para responder ao professor) tentei responder que precisamos nos colocar no lugar do aluno supostamente desinteressado. Fiz algumas colocações no sentido de lembrar ao grupo que os alunos trazem para a sala de aula questionamentos, dúvidas e anseios que representam a sociedade.

Temos uma sociedade totalmente diversificada. O que é correto para uma família, não é para a outra, o que é objetivo de vida para alguns pais, não é para outros. A internet, o acesso aos diversos meios virtuais, é totalmente familiar para alguns alunos, mas não para todos. Se a sociedade tem essa diversidade, como que os alunos não levarão isso para a sala de aula? Muitas famílias não incentivam seus filhos em relação aos estudos, tanto quanto poderiam fazer. Isso reflete na nossa dinâmica pedagógica.

Aos professores não cabe a angústia de convencer a todos sobre a importância dos estudos. Alguns nós convenceremos e ajudaremos, mas nem todos. Precisamos aprender a lidar com as posturas dos alunos menos interessados. Algumas atitudes bem simples de nossa parte podem reverter algumas situações.

Exemplo: alguns alunos podem achar que não precisam estudar porque sonham que vão conseguir sucesso, como alguns conseguiram, sem precisar passar por árduos estudos universitários, como é o caso de Steve Jobs, o ex Presidente Lula, o atual Deputado Federal Tiririca, apresentadores, cantores,  e por aí vai.

Bom, nas situações em que notamos necessidade de alguma intervenção mais séria, podemos tratar os casos individualmente, tentar conversar com os alunos sobre o que se passa em suas mentes e dialogar a respeito da minoria que alcança o sucesso sem os estudos. Muitas vezes achamos que é difícil mudar algumas situações, mas em diversos casos conseguimos reverter as dificuldades com atitudes que não são muito complexas.

Na entrevista da Revista Nova Escola (janeiro/fevereiro de 2012) com Lee Sing Kong, Diretor do Instituto Nacional de Educação, ele ressalta que em Cingapura houve superação dos desafios escolares quando passaram a investir na formação do professor. Eis a chave do segredo, não é mesmo? Sabemos disso. Mas, o que me chamou MUITA atenção na entrevista foi a seguinte frase de Lee: “Formamos uma geração de profissionais que acredita que toda criança pode aprender. Tudo depende de uma abordagem correta. Eles se tornam aptos a compreender os diferentes perfis de aprendizado dos alunos para, assim, adotar a ferramenta mais apropriada”.

Nossa, que sonho imaginar o dia em que no Brasil teremos a formação de profissionais para compreender os diferentes perfis de aprendizado. É um desafio e tanto, com certeza. No entanto, o que precisamos, urgentemente, é convencer à nós mesmos sobre a importância de trabalhar com as diversas formas de aprendizagens.

Independente de pensarmos nas diferenças sociais, políticas ou econômicas entre Brasil e Cingapura, podemos olhar para o bom exemplo de lá, isso sim. Tentar assimilar aquilo que nos pode ser tão útil, como é o caso da formaçã de professores.

Se você quer continuar este assunto, trocar ideias e contribuir, deixe seu comentário registrado ou mande-me um e-mail: romlpimentel@gmail.com. Será um prazer. Até breve.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Supervisão psicopedagógica com Nádia Bossa


Estava devendo este post aqui no blog, pois contei que estava partindo para SP para uma supervisão psicopedagógica e depois não escrevi mais nada sobre isso. Aqui estou para cumprir o compromisso feito, com muito prazer.

Em toda supervisão aprendo muito e pretendo compartilhar aqui algumas dessas aprendizagens. Como é o primeiro post mais específico sobre meu trabalho optei em falar um pouco mais sobre o que é a psicopedagogia e a importância da supervisão. Espero que gostem.

A Psicopedagogia é uma área de atuação clínica ou institucional (escolar, empresarial ou hospitalar) e é também uma área de pesquisas no âmbito da aprendizagem humana. Não é uma ciência, pois sua origem é prática, seu surgimento se deu inicialmente na Europa, há algumas décadas atrás.

Desde seu surgimento foi construída por meio das experiências obtidas com a prática. Conforme Nádia Bossa (precursora da psicopedagogia no Brasil), "a clínica é o laboratório da teoria, por isso não é ciência e sim uma práxis" (2009).  Apesar de já ter sido bastante reconfigurada, devido sua evolução histórica, sempre teve como foco a aprendizagem humana.

Em suas origens, havia preocupação em medir o "déficit" dos sujeitos que apresentavam atraso no desenvolvimento escolar. Essa visão era resultante de uma abordagem organicista que compõe a 1ª Fase da psicopedagogia. Esta perdurou até fins da década de mil novecentos e setenta. Nessa  primeira fase mediam-se as faltas, procuravam descobrir os déficits para depois tentar suprí-los . Importante lembrar que, quanto mais se pensa no orgânico, menos espaço para o psicológico. 


2ª fase surgiu com a atuação do Centro Médico Psicopedagógico, europeu, do Drº  George Mauco, com foco na readaptação, seguido de acompanhamento psicopedagógico  na busca de um trabalho mais global com a criança. Evoluiu bastante, mas ainda não era o encaminhamento ideal. 


Hoje, não concebemos mais esta área por meio de uma visão organicista, o foco não é descobrir o déficit, não é medir o QI, e também não é mais uma postura reeducadora, não buscamos reeducar ninguém


Atualmente procura-se observar a espontaneidade da criança e avaliá-la por meio dos conceitos teóricos da epistemologia genética, da psicanálise, neuropsicologia e a psicolinguística (Bossa, 2009). 


Infelizmente, muitos cursos de psicopedagogia no Brasil oferecem cursos inadequados e os especialistas saem com o diploma, mas sem a experiência de como atuar na prática. Algumas pessoas, muitas delas, buscam apenas mais um curso, onde procuram aprender algo a mais para aprimorar o trabalho que já fazem. Ótimo, estudar é sempre muito bom.


No entanto, as pessoas que buscam a psicopedagogia porque querem atuar clinicamente e seguir carreira na área, precisam se conscientizar de que muitos cursos estão bem aquém do que é realmente a psicopedagogia, por isso, indico aos interessados que se debrucem sobre o site da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp - www.abpp.com.br), para que possam ler os artigos científicos da área e que tomem conhecimento da qualidade dos eventos que ocorrem neste segmento e que assim, constantemente, busquem uma prática coerente e eficaz. 


Somos o pilar de muitas famílias que nos procuram no intuito de ajudarmos seus filhos. É um trabalho desafiador e encantador. Para os interessados, certamente ficará bastante explícita a importância da supervisão. Se você está interessado(a) pela psicopedagogia e quer entender melhor como ela funciona, mande-me um e-mail. Será um prazer trocar informações. 


Em breve farei novos posts sobre as especificidades da psicopedagogia. Visite este blog com frequência para acompanhar assuntos relevantes sobre a aprendizagem humana. Hoje fica a dica: se você está inciando ou já é da área e não fez supervisão, atente-se, ela é fundamental. 


Na supervisão psicopedagógica, o olhar do outro (do supervisor) sobre nossos atendimentos é realmente um instrumento de crescimento e amadurecimento profissional. Vale a pena! Até mais.  

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Capacidade para focar a atenção




Meia hora de estudo e uma pequena pausa de cinco minutinhos para um lanchinho, mais quarenta minutos de estudo e registro escrito acompanhado de um bolinho delicioso de frutas vermelhas com o saboroso cappuccino do Amor aos Pedaços, em SP. Isso é fruto da capacidade atencional focada que desenvolvi ao longo dos últimos anos.

Em lugares silenciosos, mas com movimentação, foco mais minha atenção, é incrível como rendem meus afazeres nessas situações.

Ultimamente, em meus atendimentos psicopedagógicos percebo que a falta dessa habilidade atencional acaba atrapalhando o rendimento nos estudos, principalmente dos adolescentes e pré-adolescentes. Por conta disso, muitas vezes desenvolvo sessões com estratégias de intervenção para ajudar a meninada a conseguir maior foco atencional.

A sala de aula é um lugar auditivamente agitado e também com muitos estímulos visuais, ou seja, para se concentrar na aula, no que o professor ensina e no conteúdo que os livros e apostilas possuem, torna-se essencial a capacidade de focar a atenção.

Alguns têm mais facilidade, mas para uma grande maioria esse desafio é praticamente impossível.

A dispersão, falta de atenção, desvio do foco, representam características do tão conhecido TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).  O que precisa ficar sempre muito claro quando discutimos essa questão, é que só se configura Transtorno os casos em que a falta de foco, a dispersão e agitação causam extremo prejuízo para a vida do sujeito.

Desconcentração em alguns momentos, faz parte da vida e muitas vezes é até necessário dar uma fugida com o pensamento. Nessas escapas, quando o pensamento “flutua”, muitas vezes a ficha cai, como se diz popularmente, ou seja, precisamos desenvolver ao longo dos anos a capacidade de redirecionar a atenção para dentro de nós mesmos para assim podermos dar sentido as coisas ao nosso redor.

Podemos chamar esse movimento de atenção e desatenção como movimentos internos e externos. Nesse sentido me aproximo do que a renomada psicopedagoga argentina, Alícia Fernandez, escreveu em seu último livro, A Atenção Aprisionada: o movimento da atenção é simultaneamente interno e externo/subjetivo e objetivo, pois ao atendermos ao mundo, estamos simultaneamente atendendo aos nossos próprios pensamentos e sentimentos (Grifo meu. Livro de 2012, Editora Penso).

Estou elaborando um post futuro para este blog onde darei maior complexidade para esta questão da atenção, abordando esse tema no âmbito da vida escolar. Aguardem. Por enquanto fica a dica da importância do tema.

Quem puder ler o livro tenho certeza que poderá ser muito útil, como foi para mim. Até breve.