quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Eike Batista e o Blog Aprendizagem Humana


Olá leitores(as), após o feriadão de carnaval, estou aqui com muita saudade de postar artigos neste blog. Mal acabei de desfazer as malas, o mais rápido que pude, e parei todos os deveres do dia para me dedicar a este espaço que é mais um desafio e objetivo da minha vida profissional. 

Com as duas imagens que coloquei na foto dá para imaginar: meus dias não foram totalmente de descanso, entre alguns aperitivos e encontros com a família, consegui estudar, escrever e me dedicar. Com isso, posso afirmar que foi um feriado proveitoso, não podia faltar uma coisa, nem outra. Conciliar lazer e compromissos foi ótimo.

Diferente dos outros posts, hoje utilizo um livro classificado como autoajuda: O X da Questão, de Eike Batista. Na verdade, esse mês comecei a ler o livro da biografia de vida do Steve Jobs, mas como é volumoso demais, achei difícil levar na viagem de carnaval e optei pelo do Eike Batista que eu estava com muita vontade de ler também. Por ser mais fino, foi fácil colocar na bolsa e pronto, boa escolha.

Gosto muito de ler, mas confesso que leio muito mais livros específicos das áreas em que atuo profissionalmente e, dessa forma, nos feriados e finais de semana procuro outros tipos de leitura.
O livro citado, dedicado aos filhos Thor e Olin, conta a trajetória de vida de Eike desde a venda de seguros de porta em porta na Alemanha, até a abertura de capital de suas empresas.O empresário, que acumula um patrimônio de US$ 30 bilhões, segundo a revista Forbes, tem a oitava maior fortuna do mundo e acumulou seu primeiro US$ 1 bilhão nos primeiros 20 anos de vida profissional. Em um dos trechos de "O X da Questão", Eike escreve que sua intenção com o livro não é falar de sua vida pessoal, mas contar a própria trajetória como empresário.
Pois bem, sempre que leio algum livro, seja qual for, procuro aprender alguma coisa, não consigo ler só para passar o tempo, leio com determinação sabe, faço anotações, pesquiso algumas coisas que foram escritas, enfim, ainda que o tema não aborde exatamente minha área de atuação profissional, pode ser um romance, um livro de história ou de auto ajuda, penso que, se escolhi o livro, é porque percebi nele algo que possa acrescentar.
Não foi diferente com o livro em questão. Fiz diversas anotações, sublinhei e reescrevi algumas ideias que jamais esquecerei. Isso fez com que trouxesse para este post algumas observações. 
Não excluo o fato de já ter ouvido e lido a respeito do quanto o pai do Eike facilitou as descobertas das minas de ouro, entregando-lhe algumas pistas advindas do seu trabalho na brasileiríssima Vale. Pois bem, não é minha intenção, neste momento (posteriormente, talvez), discutir este fato e sim enaltecer toda a coragem desbravadora nas palavras que Eike Batista conseguiu passar para o seu livro. 
Não consigo ler as coisas sem fazer alguma relação com o ensino no Brasil e a formação de professores dos nossos alunos. Confesso que 'delirei' diversas vezes durante esta leitura, no sentido de sonhar em um dia poder ver em nosso país, respeito e condições necessárias para a execução do trabalho do professor, a tal ponto dos professores se engajarem pelo ensino no Brasil assim como Eike teve garra em fazer acontecer os seus objetivos.
Como os professores podem aprender com Eike e levar alguns de seus ensinamentos para a realidade das escolas brasileiras? Questão bastante delicada!
Me sinto privilegiada por poder ouvir diferentes relatos dos professores, as condições que vivem em suas salas de aula, a relação que mantém com as Secretarias de Educação e, ainda, o tipo de ligação que vivem diariamente com diretores e coordenadores. Desejo um dia ter coragem de relatar os absurdos diversos que vejo e escuto.
Professores, de forma geral, se formaram para encapar caderno de criança? Recortar e colar dezenas e dezenas de desenhos nas aberturas dos cadernos? Senhores(as) coordenadores(as) e diretores(as), por favor, repensem estas práticas. Não é melhor termos professores lendo, estudando e planejando suas aulas dentro de nossas escolas, do que enfeitando cadernos? 
Abertura de caderno, por exemplo, acho muito valioso quando são feitas pelas próprias crianças. Se cada família encapar os cadernos de seus filhos, o professor não precisará se dedicar em dezenas e dezenas deste material. 
Oras bolas, algumas coisas acho bem bacanas serem feitas pelas mãos dos professores, alguns enfeites para a sala, um cartaz ou outro, mas o que tenho visto por escolas diversas são exageros e mais exageros. São inúmeros os relatos destes profissionais sobre noites pouco dormidas para conseguirem cumprir tais desafios.  Que absurdo! A própria escola condena os professores, sem contar o sistema político. Não que em todas as escolas isso ocorra, mas em muitas delas isso é a pura verdade.
Má qualidade no ensino? Procurem saber o que os professores são obrigados a fazer: ler, estudar, planejar? Parece que esses itens ficam para depois, sempre para depois. Pena, muita pena.
Páscoa? Professor fabrica cartões. Dia das mães? Dia dos pais? Dia das crianças? Muita fabricação de lembranças. Poxa vida, isso me entristece muito. Festa Junina, meses de ensaio, de suor, cansaço das crianças, stress dos professores e sinônimo de menos aula, menos pesquisa, menos produção escrita.
Tudo bem que Eike Batista nem sequer terminou a faculdade (o estudo formal que tanto valorizo e desejo para nossas crianças), porém, muitas coisas valiosas em sua trajetória superaram a não passagem pelos bancos acadêmicos, pois passou por excelentes escolas, foi muito bem estimulado pelos pais, viajaram pelo mundo todo, ele teve a oportunidade de ainda criança falar mais de dois idiomas. 
E quem não tem uma família que pode oferecer toda essa formação? Nossas escolas conseguem garantir o mesmo? Como, se os professores ficam atolados de situações extra escolares?
Não é certo pensar que os professores não são merecedores ou que não se esforçam o suficiente, como é comum ouvirmos em algumas rodinhas de bate papo. Os professores, mais do que nunca, precisam gritar aos brasileiros as situações estúpidas e absurdas em que se encontram para trabalhar.
Este blog pretende contribuir com esta questão. Em um dos projetos tem o desafio da criação de depoimentos dos professores, suas vidas nas escolas, suas experiências. Espero poder colocar esse objetivo no ar, brevemente.
Fica aqui alguns desabafos, fruto de inquietações que senti ao ler a trajetória do maior empreendedor do Brasil. Ainda pretendo fazer um segundo artigo sobre o que considero mais rico dentre tudo que foi destacado por Eike. Até breve pessoal.
  


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